Desde este post, que pouco ou nada mencionei como está a minha situação peso/comida/distúrbios alimentares (…) tudo o que nos apetecer chamar, que aqui somos livres e usamos o Português todo, todinho.
Não há muitas e nem grandes novidades, mas já há algumas!! Primeiro; Deixei a vida de Cerelac e Blédinas. Consegui passar das Blédinas para os iogurtes. Dos iogurtes líquidos para os iogurtes líquidos com cereais. Consigo comer sopas, alguns legumes, algumas frutas, pão, croissants e bolos e muitos cappuccinos. Portanto, encontrei novas “bengalas” alimentares que sinto que são o meu porto seguro e não me caem mal. Voltei a fazer outra endoscopia e até uma biopsia. Não tenho nada, sou saudável meus amores; Sorriam comigo mas segurem as cadeiras: Está tudo na cabeça.
Pois é, esta tudo nesta cabecinha, bem refundido, a fazer psicanálise e a tentar encontrar uma solução para um problema que se alonga há mais tempo do que o devido.
Certo que tenho estes medos em mim desde os 9. Desde os 9 que a minha relação com a comida está longe do saudável, mas possa, nunca esteve tão mal como este ano que nos deixou.

O que mais salta à vista, e porque é mesmo assim, é a cara. A minha cara está muitos mais magra e o corpo, acompanha-a. Mais de metade da minha roupa não me serve e muitas vezes é difícil ser vaidosa quando olhamos para um cabide com pernas onde a roupa nos flutua em cima. Não está na minha estrutura óssea eu ser um xs ou sequer pesar 47kg. E peço desculpa se estes números e tamanhos são um gatilho para quem está a ler-me. Eu sei bem o que é ficar em modo pânico a ler algo completamente banal para o comum dos mortais. Mas esta minha realidade tem de ser partilhada, e tem de o ser por muitos motivos. Primeiro; O vosso feedback, Passei quase 2 dias inteiros a ler e a responder às vossas respostas, aos vossos testemunhos. Somos um gang, e não o digo por ter alívio em haver mais de nós com problemas alimentares, mas digo-o com a certeza que é uma realidade e uma realidade camuflada e escondida. E orgulho, só tenho em terem tido a coragem e o carinho de o partilharem comigo.
Segundo motivo: Tenho o dever de vos dar um seguimento de um problema que partilhei com vocês e que, semanalmente, me perguntam se estou melhor, se já como, etc.
Terceiro motivo: Por mais pequena que uma plataforma seja, todas as plataformas contam e é urgente desmistificar e libertar distúrbios alimentares. É uma doença como qualquer outra; É uma questão muito mais profunda que um corpo a querer estar em controlo, é uma doença, do foro neurológico, e é tão corrente que se torna vital o seu esclarecimento e aceitação. E aceitação no sentido de compreensão pelos que nos rodeiam no dia a dia.

E por fim, e porque muitas me dizem “estás muito magra”… Eu sei… Imaginem, esta camisola tem 10 anos e estas calças tenho-as desde os 16. Felizmente há peças que, lá está, por serem especiais, as vou guardando e volta e meia, são as minhas aliadas na altura de criar um look quando ao fim de 8 tentativas tudo já parece só ridículo. Nada serve, nada assenta bem, tudo parece roubado à mana (que não há) e tudo me desola. Por isso, para esses dias, este dia, foi um outfit 100% Vintage, com uns jeans Levis 501 que tenho desde os 16 e uma camisa de ganga comprada em Londres no mercado de Portobello. Os óculos? São os meus #badass sunnies que uso em situações de emergência em que preciso de me sentir uma boss lady at her best!!

Camisa Vintage Portobello Market/ Jeans Levis 501 (com 22 anos!!) / Óculos Gucci

Fotografias tiradas com o temporizador, sim, não ignorem o Iphone nas fotos 😎