Depois de tanto tempo sem escrever, escolhi um tema não pessoal para ser a primeira publicação neste retorno. E, infelizmente, esse tema surgiu de forma bastante natural. É o ciclo da vida, a única e verdadeira certeza que temos quando damos o primeiro grito ao mundo: vamos morrer. A morte da Jane Birkin mexeu comigo de uma forma que, talvez, só a Kate Moss o poderá também fazer. Ícones femininos com os quais cresci e tanto aprendi.
Se olharem para o meu perfil, verão que de forma alguma sou uma réplica da musa das musas, a eterna rebelde, Jane Birkin. Porque nunca se tratou de copiar ou recriar, esse nunca foi o meu modus operandi. Eu gosto de aprender, de absorver e de me reinventar com todo o conhecimento e exemplos que reconheço como modelos mais aproximados da (minha) perfeição. Há que notar, não estamos a falar de estilo, estamos a falar de elegância. Não estamos a falar de estatuto, mas de postura. Não estamos a falar de ostentação, mas de ter ter luz própria.
Possivelmente, será a mais pura das ironias que tenha sido uma britânica de berço a dar o cunho a todo um cliché que conhecemos e queremos: o estilo parisiense. Cool, descomplicado, fácil, com suaves toques de maria-rapaz mas, acima de tudo, feminino.
Podemos seguir mil influenciadores, comprar todas as marcas que o dinheiro nos permita, mas há, certamente, um limite para tudo isto: o nosso próprio gosto. Ou se tem, ou não se tem. E a Jane tinha para dar, vender, leiloar e multiplicar.
Quantas de nós não temos uma cesta em casa e a usamos com o mesmo encanto com que a nossa mentora nos ensinou? Nunca foi sobre marcas, nunca será sobre marcas. O verdadeiro estilo reside nos detalhes, sejam eles adereços de vestuário ou de personalidade.
Há rumores que a sua cesta era oriunda do Algarve. O seu apelido deu origem à carteira da Hermès, curiosamente símbolo máximo de estatuto e ostentação. Tudo o que a própria não representa. A Jane Birkin não precisa de mais nenhuma descrição, mas eu não poderia deixar a sua vida (e morte) passarem assim, sem referência, sem um elogio, sem um sincero, honesto e sentido obrigada!
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