Este texto tem uma missão: tornar a hora de vestir simples, eficaz e indolor. Quantas de nós não se encontram, dia após dia, em frente ao roupeiro e a pensar o mítico e cliché dos clichés, “não tenho nada para vestir”?

A nossa roupa, quando está escondida, submersa em camadas, não consegue comunicar connosco. E, se não a conseguimos visualizar, não temos as ferramentas necessárias para o nosso objectivo: a criação de looks.

É muito importante termos a roupa da estação do momento facilmente acessível. Tê-la nas prateleiras de baixo e no corrimão e, nas de cima, as que não estão a uso. Para além de escolhermos dar ênfase à roupa da estação, é igualmente importante serem as de que mais gostamos. Abrir o guarda-roupa e ver as nossas peças preferidas é um boost de boa energia e motivação. Por isso, é dar destaque às peças de roupa que são uma extensão de nós, falam a nossa língua e nos definem.

Se algo já não serve ou já não gostamos, é dar ou vender. As peças de roupa também podem perder a validade. Perdem a validade porque deixam de fazer ressonância com a nossa essência. Nem tudo o que é antigo se pode tornar vintage e eterno no nosso roupeiro. É normal deixarmos de gostar da peça A ou B, tal como é normal mudar de hobbies e paixões. Temos de normalizar o desapego em prol de ter uma guarda-roupa consistente, organizado e real. Queremos roupas para usar, queremos fazer coordenados fantásticos. E isso só é possível se nos limitarmos a ter à nossa frente o que é importante: as roupas que usamos e de que gostamos.

Pessoalmente, organizo a minha roupa por categorias, mas por cores também é uma excelente opção. O essencial é haver ordem. Com um roupeiro organizado e a nossa roupa ao alcance dos olhos e das mãos, vem a parte mais divertida: o styling!

Brincar às roupas e fazer combinações possíveis e impossíveis porque nós fazemos e quebramos as regras. Mas se para vocês o styling é a parte mais longa e aborrecida da coisa, também há solução. Estão a ver aqueles domingos à tarde em que não fazemos nada? Algumas 2 ou 3 horas mortas e é aproveitar para, em frente ao espelho, experimentar mil combinações de looks possíveis.

Sempre que algum funcione, é fotografar, de modo a documentá-lo, para ter sempre acesso a ele. Fazer um livro de receitas, mas com looks, para poupar tempo e energia mental todas as manhãs. Até podem fazer por categorias. E podemos e devemos repeti-los, como repetimos as receitas. E, se não são espetaculares a “criar outfits“, façam réplicas do que vêem. Plataformas como o Pinterest e o Instagram são perfeitos exemplos de apps que nos facilitam a hora de vestir. Na verdade, as bloggers e influencers servem, também, para vos facilitar neste campo. Para vos ajudar a arriscar, inspirar e desenrascar.

A hora de vestir é um ritual bonito demais para ser manchado com stress. Façam o TPC de cima e prometo-vos sucesso nos looks e elogios. No final do dia, todas sabemos que uma mulher bem vestida pode e consegue conquistar o mundo.

Ilustração via Pinterest