Longe vão os tempos em que éramos inundadas com as tendências da estação seguinte na blogosfera. O que se ia usar, como e onde. 2012 é o ano que resume na perfeição a dinâmica dos anos 10. É interessante e libertador perceber que 10 anos depois a trela partiu-se e a moda emancipou-se. Apesar de voltar a ser super tendência a coordenação de outfits com cores fortes e contrastadas, já não lhe atribuímos nomes como color block e essas palermices que nos remetem para tempos idos, mas não tão idos ao ponto de poder dar a volta por cima e chamar-lhe vintage. Hoje dou comigo a ter de pensar se alguém me perguntar quais são as tendências da estação.
Não acho que haver trends seja negativo. Elas servem para nos guiar, inspirar e entrar num certo mood. Mas segui-las só porque sim, só por ser tendência, acho que é um hábito que se extinguiu. Somos mais conscientes nos anos 20. A pandemia fechou-nos a porta de casa, mas abriu-nos a da mente. Tudo é possível, a moda somos nós que a fazemos, são as pessoas e o contexto económico. A moda conta e acompanha a história. A moda faz-nos sonhar, mas é fruto da vida real e consequência da mesma.

Cenário hipotético, mas real: encosto-me no sofá, percorro as apps e entrego-me ao consumismo. Encontro, com toda a certeza, um fio condutor que as une: as tendências. O eterno e clássico branco e os looks totais no mesmo, a explosão de cores, sejam elas em contraste, como azul forte e laranja, ou looks totais da mesma cor. Malhas, anos 70, o regresso dos ano 2000 e a Paris Hilton e a Britney Spears como musas inspiradoras. É fácil perceber que as trends estão sempre lá, em todas as estações. Contudo, cada vez mais noto que cada vez menos há um molde e, se o há, o molde não é seguido à risca com medo de não se ser cool. Ser cool é ser autêntica e é essa originalidade que pedimos às influencers, artistas, músicos, qualquer que seja a nossa fonte de inspiração.

Queremos originalidade porque queremos sentir-nos especiais. Já não basta ter as botas da moda da Zara. As marcas de nicho são as que nos fazem sonhar e perder a cabeça e, mais do que nunca, estamos de olhos bem abertos para o fast fashion. Queremos moda inovadora, consciente e sustentável. Queremos e merecemos magia. Ou então, é apenas a minha visão da coisa, por seguir e comunicar com uma audiência mais madura e ser, eu própria, o reflexo do que escrevo.

Assim, nesta linha de pensamento, partilho convosco o que, para mim, serão as tendências desta primavera: cores fortes, muito laranja, muito rosa, muito azul. Looks totais de uma cor. Malhas divertidas, tule, em tops e não só. Estivemos tanto tempo em confinamento, que queremos material mais sensual nas nossas vidas. Minissaias, calças de corte direito, peças que nos remetam para a estética Y2K. Acessórios diferentes e especiais. Anos 70 em esteróides e sempre, sempre muito branco. Porque no fim do dia, nada bate o clássico, o eterno e o intemporal. Um look em branco total, a pele beijada pelo sol e uma revista nas mãos. O calor sabe bem.

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