Este é um tema que vejo muitas vezes a ser abordado em stories no Instagram e em vlogs de youtubers. Como nos mantermos arranjadas durante o isolamento? Muitos são os memes, tutoriais de makeup e ideias de treinos. A queixa maior é, sem dúvida alguma, as unhas de gel. Mas, porque não as tirar de vez durante esta altura? Porque não aproveitar esta altura única na vida para, de facto, dar descanso ao corpo e aceitar a sua beleza natural. Atentem, as minhas mãos são pequenas e as minhas unhas não têm uma forma especialmente bonita, nem bonita, nem feia, são unhas. Não tenho umas mãos longas com unhas, também elas longas, tenho-as pequeninas, mas gosto delas assim. E porquê? Porque usei gel muitos anos, back in the 2000’s , e… As minhas unhas nunca mais voltaram a ser as mesmas. Têm manchas, a cor não é uniforme e exigem cuidados extra. Fora estas minhas queixas e dada a situação, das duas uma: Ou aprendem a fazer as vossas próprias unhas em casa: Hello amazon e os seus mil produtos e hello youtube e os seus milhares de tutoriais. Ou, opção dois, removem o gel e permitem à vossa unha respirar e existir naturalmente. E again, eu tenho noção do exagero que estou a incutir neste assunto, mas é mesmo porque…. O mundo está a passar por uma pandemia e as unhas são só isso, unhas. Quando tudo acalmar, o nail art, que é obviamente uma arte, voltará a ser mais uma forma de nos podermos exprimir. E incluo o “nós” porque não sei se amanhã não vou querer fazer pequenos corações nas unhas ou enchê-las de glitter. Não sei, eu nem sei quando vou poder ir cortar o cabelo, quanto mais pensar em unhas.
Mas, como trato eu das minhas; Nunca fico mais de 3/4 dias sem lhes passar a lima. Gosto que cresçam com a forma amendoada e, uso um verniz muito básico, leitoso e simples. Nestes dias no campo, tenho apenas até só limado e hidratado com óleos, nada de aparatos mas, sempre, a cuidar. Porque cuidar é importante. Uma mão arranjada não é uma mão com unhas vermelhas ou desenhos de flames. Para mim, uma mão arranjada são unhas tratadas, limpas e elegantes.
Ponto dois e o segundo mais falado: Raízes. Com todos os salões fechados é normal começar a haver uma onda de “o que faço agora com o meu cabelo?” Mas é simples: Tintas de supermercado. Sim, são ótimas, embora todos os cabeleireiros as tentem difamar. São seguras, e, com algum jeitinho, todas temos uma hairdresser dentro de nós. Eu pinto o meu cabelo de loiro sozinha, em casa, desde 2006. Uso a tinta número 100 da Garnier Nutrisse. Esta tinta aclara até 4 tons e, como eu pinto só as raízes, uma caixa é o suficiente. Eu gasto, por mês, 8€ a pintar o meu cabelo. Por isso, em isolamento ou não, nada muda.
As minhas dicas são, se o vosso tom é entre castanhos e escuros e o problema são os brancos, a solução é sempre mais fácil. O mais difícil é de facto morenas de pêlo escuro que querem manter o louro. Aí percebo o drama, é muito difícil conseguir um bom (e saudável) loiro com uma base escura. A minha base natural é clara e fria por isso a tinta agarra bem. Mas haverá, com toda a certeza, uma solução. Já ouviram falar do Brad Mondo? É um hair stylist que tem um canal no youtube e dá-nos imensas dicas de como tratar do nosso cabelo. Nesta altura, especialmente, tem-se focado em temas como fazer coloração e corte em casa. Aqui fica o link para o seu canal.
Aproveitem esta altura para talvez pintarem com tintas tom sobre tom, que vão saindo com as lavagens. Aproveitem para mudar de cor ou, apenas aceitem as raízes. Na verdade somos nós próprias que ligamos mais a isso. As pessoas que estão à nossa volta, não estão sequer preocupadas se temos 1 ou 3 dedos de raízes. E mais, se estiverem em isolamento com um novo boyfriend e ele se queixar disso…Honey, let him go. Se ele não aguenta raízes, aí não haverá força para criar fruto.
No fundo, cabelo e unhas são aqueles pequenos mimos que as mulheres gostam de manter como forma de auto-cuidado. Que seja levada esta palavra à sua essência; Auto. Sejamos nós a fazer por nós nesta altura que o Universo nos obriga a conviver tanto com nós mesmas. Façam a vossa pedicure. Não sabem? Aprendem. Com a prática tudo se consegue. Façam massagens enquanto aplicam os cremes e óleos pós banho. Hidratem-se muito, por fora e por dentro. Ponham sempre creme depois do duche, agora não há a desculpa da falta de tempo. Bebam muita água, podemos ir 30x à casa de banho porque estamos em casa. Façam máscaras capilares, máscaras faciais e experimentem produtos novos. As lojas continuam abertas online e é maravilhoso como um novo produto beauty nos eleva o astral.
Ponto três: Cara. Para que andam vocês a encher-se de maquilhagem o dia todo se é para estar em casa. Se me disserem que se maquilham para levantar a moral e que não fica na cara mais de 3h, aceito e aplaudo. Fora isso, se a vossa profissão não está ligada à indústria da beleza, é o maior erro que fazem. E isto sim, é o assunto que mais quero falar neste post. As nossas peles sofrem, ficam privadas de respirar por estarem sempre cobertas de bases e produtos que camuflam e entopem a nossa pele. Devíamos aproveitar esta altura, em que estamos em casa, com os nossos, para alimentar a pele com bom skincare, para a hidratar e não para a massacrar mais. Deixem a pele respirar, regenerar. Façam este exercício; Se ficarem 2 meses sem usar maquilhagem diariamente, não haverá UMA pessoa que não sinta a sua pele diferente. Eu sou o vivo exemplo que desde que deixei de usar base e maquilhagem diariamente, a minha pele se definiu e falou comigo. A minha pele é o reflexo do que eu lhe dou e faço.
Em 2017 tive uma crise de acne adulta, dediquei imensos posts ao tema. Fui seguida por um dermatologista, fiz meses de antibiótico, cremes especializados para a acne e evitei o Sol 6 meses. Nem as sobrancelhas podia fazer com cera. A pele fica tão fina, que a simples cera a queima. E o que fiz nesta altura?? Não usei maquilhagem. Se chorava? Chorava, chorei muitas vezes porque não conseguia ir a sítios com a minha pele assim. A acne arruinou por completo a minha autoestima. Deixei de fazer exercício na rua com o meu PT e deixei de fazer muita coisa, tudo porque me recusava a inflamar mais a pele com maquilhagem. Permiti que aquele acne cístico existisse, vivesse e morresse naturalmente. Tive a coragem de me olhar ao espelho e aceitar, ” eu ESTOU feia, mas não SOU feia”.
E há cura para a acne! A acne é uma severa inflamação da pele. A minha foi hormonal, mas as causas são várias. Há e é possível a cura e uma cura sem cicatrizes e sem retornos.
Lembro-me de me maquilhar para shootings em eventos e fotos para o blog e de levar arsenal comigo e retirar logo toda a maquilhagem. Resultou. Se queria ter andado sempre “tapada”? Claro, era bem mais fácil. Mas só iria prolongar e, talvez, nunca erradicar o mal.
O que tenho tentado fazer mais é vestir-me. Se o dia está de chuva e cinzento, uso cor, uso lenços na cabeça, uso fios, meias coloridas, utilizo a roupa para levantar o meu astral e me lembrar que a moda foi e sempre será uma arma para as mulheres se exprimirem e se mimarem. Óbvio que o meu loungewear game atingiu todo um outro nível!! Investi em imensas joggers e hoodies porque os dias em casa são, essencialmente, para relaxar e me conectar comigo própria e, let’s face it, quem consegue estar 16h de calças de ganga em casa?!! Not me.
Por último e não menos importante, exercício. Não temos, nem podemos, nem queremos ser todas gurus dos treinos. É apenas uma realidade, não temos de ter todas a mesma motivação e é ok não ter a motivação. Por isso, a minha dica é, arranjar um horário fixo e durante 10 míseros e pequeninos minutos fazer algo. Seja agachamentos, localizada, abdominais, dançar, qualquer coisa. 10 minutos onde movimentamos o corpo e nos lembramos que já na Antiga Grécia se ouvia que para termos um mente sã precisamos de um corpo são. É mesmo um alinhamento de tudo e um equilíbrio muito próprio da natureza de cada uma de nós. O mais importante é não desistir, não renunciar o cuidado essencial e necessário para a mente nos direcionar, sempre, para o caminho certo. Não sabemos quanto tempo vamos estar em isolamento, mas sabemos isto: O nosso corpo é o nosso templo e a nossa devoção está na prática do amor próprio.