As férias de Verão são sempre a oportunidade perfeita para pôr os filmes em dia. Ver aquele filme nomeado para os Óscares há 2 anos, que ainda não conseguimos ver, repetir clássicos que nos marcaram e descobrir preciosidades no cinema mais antigo, alternativo e por aí fora. Há tempo para tudo porque os minutos parecem horas e as horas parecem dias. Entre todos os filmes que vi, e que foram muitos, tenho uma lista que gostava de partilhar com vocês. Seja porque o filme me marcou, me moveu ou me entediou.
Sem mais demoras, que comece a crítica menos aclamada da história da blogosfera!

O filme do meu Verão foi o The Danish Girl. O filme já é de 2015 mas, incrivelmente, apesar de sempre o querer ter visto, foi sempre sendo adiado. O filme retrata a vida de Einar Wegener, um pintor dinamarquês nos anos 20. Até aqui nada de novo, mas Einar, na verdade, era uma Mulher num corpo de Homem. E nesta altura, mudar de sexo e submeter-se a tais procedimentos era altamente experimental e perigoso.
O filme é magnífico quer a nível de diálogos como na sua fotografia. A interpretação de ambos, Eddie Redmayne e Alicia Vikander é incomparável. Fantástico, surpreendente e emocionante, A Rapariga Dinamarquesa é um filme a rever, com toda a certeza.

Se o The Danish Girl me emocionou e comoveu ao mais ínfimo dos detalhes, o The Tree of Life fez exactamente o oposto. Também este, era um filme guardado para ver há imenso tempo. Sempre ouvi  “é brutal” ,  “é mesmo lindo” ,  “vais amar”  e todas estas palermices que as pessoas dizem umas às outras. Brutal era ter sabido que ia ver um slideshow de imagens para o fundo do Windows, uma obra apenas visual e pretensiosa que consegue em 3 horas e 8 minutos adormecer a alma mais ansiosa e inquieta.
Afirmo, sem quaisquer dúvidas, que não percebo o aparato à volta do mesmo. O filme tem imagens bonitas, rico esteticamente, mas a falta de diálogo e o excesso de detalhes tornam o filme entediante, confuso e difícil de digerir.
Não costumo gostar de cinema leve, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra, esta obra é meramente e só o 7.º melhor filme do século e eu pergunto-me infinitamente: Porquê?

Falando verdadeiramente em grandes filmes, de conteúdo e não de tempo (sorry not sorry), voltei a ver o fabuloso O Pianista. E foi quase como voltar a vê-lo pela primeira vez, um voltar a apaixonar-me pelo Adrien Broody e pelo seu talento tão singular em nos levar às lágrimas só de se imaginar a tocar piano. Privado de comida, família, em plena Segunda Guerra Mundial, este filme é, não só um excelente relato do assassínio em massa que foi o Holocausto, como, é um excelente argumento adaptado da história de vida do pianista Polaco Szpilman.
Um filme para ver e rever e nunca esquecer o que aconteceu.

Passando para um registo completamente diferente, o filme que vos escrevo a seguir fala do primeiro amor, como nos pode marcar e moldar. Un amour de jeunesse é um filme repleto de imagens bonitas num registo habitual do cinema francês. A história de uma rapariga e do seu sofrimento após a separação. As suas lágrimas e silêncio acompanham-na até à idade adulta, tornando-se uma pessoa fechada que na verdade nunca conseguiu esquecer ou superar a perda do seu puro e primeiro amor. Se é um filme imperdível? Não. Mas tem os seus encantos.

De Un amour de jeunesse passo para o The Lobster. Este filme tem tanto de insólito como de ridículo e caricato. Imaginemos que vivemos numa sociedade onde não podem haver pessoas solteiras, que todas as pessoas têm de estar num relacionamento e, se ao fim de 30 dias num hotel a tentar encontrar o amor, não forem bem sucedidas, são transformadas no animal que quiserem. O personagem principal, Colin Farrell, escolhe a lagosta. Mas será que se tornará mesmo numa?

O filme seguinte comecei a ver sem grandes expectativas. Sem querer parecer presunçosa, pois adoro a Sandra Bullock, se a mesma entra, torna-o um filme comercial e logo aí eu já torço o nariz a pensar que vai ser demasiado aventura e sem profundidade para me levar ao limite do riso ou das lágrimas. (Coisas tolas, como eu) Pois foi uma surpresa porque adorei. O Bird Box é um filme repleto de suspense que nos deixa presos a todos os acontecimentos sem quaisquer momentos parados e irrelevantes. Como sobreviver num hipotético apocalipse onde temos de andar vendados para sobreviver? Aconselho.

Por fim, o Gone Girl. Um thriller psicológico cheio de emoção e reviravoltas que me fez não detestar o Ben Affleck (!!!) e amar a atriz Rosamund Pike. Este filme do David Fincher conta a história do desaparecimento de uma mulher e de como o marido é automaticamente o primeiro suspeito, sem o ser na verdade. Ou será? Têm de ver. Super comercial e bem escrito como um bom êxito Pop. It’s a thumbs up.

Espero que tenham ao menos conseguido dar alguma gargalhada no meu, irrelevante e tolo, testemunho. Avalio os filmes sem quaisquer pretensões mas somente a dar a minha opinião genuína, como sempre. Um próximo post do género será, com toda a certeza, os livros do meu Verão. Até quinta, aqui, no nosso canto.