DISCLAIMER: O meu IG é profissional e não o uso de forma anónima ou despreocupada como um utilizador regular do mesmo. E é neste contexto que segue o texto abaixo.
Domingo, 13 de Janeiro de 2019, decidi, finalmente agir e tentar fazer uma pausa nas redes sociais, aka Instagram.
Tendo uma página profissional, e tendo de dar feedback de estatísticas às marcas e ver, diariamente, números a baixar e pessoas a deixarem de me seguir faz uma pequena grande mossa quando não estamos na nossa melhor forma. Atenção, perder imensos seguidores num espaço mínimo de tempo e a inevitável comparação com outros perfis semelhantes ao meu, e o seu crescimento, NÃO me trazem qualquer tipo de inveja. Não é este tipo de comparação ou frustração a que me refiro, é simplesmente eu avaliar o meu valor enquanto pessoa e o meu interesse e relevância baseado nisto. Uma publicação minha no feed, muitas vezes não alcança muito mais de 5 mil pessoas e, dessas 5 mil, apenas 200 e tal fizeram like. Levando a crer que 4800 pessoas, pelo menos, viram e não fizeram like. Não fizeram like porque não gostaram ou apenas porque nada lhes disse e foi indiferente? E, sendo estas as opções, qual delas a pior?
Em boa verdade, o ideal seria ter um perfil profissional e não estar ligada emocionalmente ao mesmo. Mas isso é impossível. Eu faço curadoria do meu perfil, eu tenho fotógrafas a trabalhar comigo, eu tenho 2 cursos de fotografia e uma paixão inesgotável pela mesma. Dedico imenso tempo e carinho a cada foto que tiro e escolho publicar e, como tal, é impossível não levar a peito o meu “não sucesso”.
Para contextualizar, isto tudo habita no meu cérebro ao mesmo tempo que uma depressão e a falta de motivação para alcançar o próximo capítulo da minha vida também o povoam. Estou a aprender, em terapia, que não só não sei quem sou, como não sei o que espero da vida. Esta frase já quase pode ser dita no passado, porque de facto, estou a aprender quem sou e já sei que caminho quero seguir, mesmo que um dia não seja igual ao outro e a força também não o seja.
Aprendi que o meu valor sou eu que o determino e, por mais que o mundo me pareça conspirar contra as minhas convicções , essa “conspiração” tem de me ser indiferente.
Pode parecer um conjunto de ideias e pensamentos soltos, mas juntos, tornaram o Instagram o meu inimigo número um.
Mas e quando o nosso inimigo é, também, um grande amigo e uma profissão? Como se fazem as pazes e co-habita harmoniosamente? É vital aprender a relativizar o peso das coisas. Uma story é só uma story e o número de likes é só um número de likes. O número de likes nada tem de transmitir o valor estético ou de interesse. Primeiro, porque estou a descobrir que as fotos que tiro, tiro-as essencialmente para mim, e é a mim que têm de agradar, segundo, e sem medo de parecer pouco humilde, a qualidade nunca estará sempre de mãos dadas com a quantidade. É apenas um facto tão real como, apenas nem toda a gente tem de gostar de morangos, chocolate, chantilly…
Percebi que apesar de ao terceiro dia já ter perdido o habito de procurar a app (apagada) do IG,o meu pensamento mudava a sua direcção para o mesmo e a vontade de partilhar imagens, videos e de registar momentos online é algo natural e expontâneo em mim. Há 20 anos que partilho a minha vida no digital. Primeiro o DeviantArt, depois o MySpace. No Domingo, 20 de Janeiro, o blog fez 10 anos!! E o IG já o uso, diariamente, há 7!! Logo, é compreensível a falta que sinto do mesmo.
Decidi voltar hoje, com uma atitude de Ok, ninguém talvez está a 100% e esta talvez também não seja a minha melhor versão. Ainda não estou curada de muitos fantasmas, mas a vida é isto mesmo, uma jornada. Uma jornada com altos e baixos. Com dúvidas, pausas e reflexão. Neste meu retorno desejo só apenas ser mais transparente. Sem ter de partilhar em demasia, é possível ser genuína e aceitar que há dias menos bons, que é OK não estar sempre impecável e com o astral para cima.
Com esta pausa, decidi assumir o meu lado mais vulnerável e, até, dramático. Esta é a Joana, que todos conhecem por Hella, esta sou eu, choro, rio, tenho inseguranças e medos, mas tenho muitos mais sonhos e vontade de ser mais e melhor, para mim e para o mundo.
Que pegada quero eu deixar? Que exemplos quero eu dar? Quem sou eu? Quem és tu? O que nos une?
É bom voltar, olá Instagram.
Photo Magg Page/ Edit Hella