Li, no Observador, uma maravilhosa entrevista à dra. Yael Adler e fiquei com imensa vontade de comprar o seu livro: O fascinante mundo da pele. Primeiro porque sou vidrada em tudo o que é cuidados de beleza, e segundo, porque fiquei mesmo com vontade de aprender todos os ensinamentos rigorosos que fui absorvendo enquanto lia o artigo.
Como disse, e repito, ensinamentos rigorosos que mudariam (e mudaram) a relação com a minha pele.
Vamos contextualizar, tenho pele atópica, cresci com inúmeros eczemas locais, manchas vermelhas no pescoço, mãos, pulsos, dobras das pernas e braços… Diariamente tinha de responder o que era “isto” que tinha e diariamente tinha de lutar contra a vontade de coçar visceralmente as zonas afectadas. Os médicos diziam que ia passar com a idade adulta, que talvez passa-se a asma, ou simplesmente iria desaparecer. E a verdade é que desapareceu. Não fiquei com asma, mas fiquei com uma enciclopédia de alergias que aumentam de ano para ano e uma pele extremamente sensível e com pequenos eczemas sazonais. Estes eczemas concentram-se essencialmente na pele do rosto e é muito difícil encarar um dia inteiro de frente com um rosto com defeitos tão visíveis. Mais do que aprender a cuidar da nossa pele, este livro ensina-nos a gostar dela. Porque sim, podemos aprender a gostar, pode não ser imediato, expontâneo ou sequer óbvio. Mas com tempo e conhecimento, aprendi a reconhecer a beleza numa pele com defeitos. (E isto inclui, também, borbulhas e pontos negros)
No livro, a primeira coisa que aprendemos é que a pele tem três pisos/camadas: A Hipoderme, a Derme e a Epiderme. Com desenhos ilucidativos e explicaões minuciosas, compreendemos a importância de cada camada no processo de cicatrização, formação de borbulhas, queimaduras solares e etc.
A dra. Yael reforça ao longo de todo o livro o quanto o Sol é o inimigo número um da pele. Em momento algum (estranhamente) falou do álcool, mas referiu inúmeras vezes o tabaco, as tatuagens e o Sol como os principais perigos.
Um dos assuntos que mais me interessava era saber como e porquê nasciam as borbulhas. Qual o seu processo e como as aniquilar da melhor forma. Tudo começa com um poro entupido. Entupido com células, com o nosso próprio sebo e com micróbios e sujidade. Dá-se então uma inflamação e a dra. compara a borbulha a um vulcão, onde a glãndula sebácea está em contínua produção de “lava”.
Rebentar ou não rebentar? Curiosamente, aconselha a não rebentar MAS não proibe de o fazer e até ensina como o fazer correctamente como se estivessemos a ordenhar a borbulha, parece estranho, mas estranhamente já o fazia assim: “Uma pressão suave, aliviar essa pressão, distender, nova pressão suave… E, desse modo, fazer quase como se se ‘ordenhasse’ a borbulha.” Nunca devemos insistir em espremer uma borbulha quando esta não está a cooperar connosco. Essa insistência poderá levar a que se empurre o conteúdo do poro para zonas mais profundas da pele.
Yael fala-nos também de como conseguir o melhor bronze. Para a dra, comer cenouras e usar autobronzeador é a solução. O Sol nunca é opção e várias são as vezes que o aponta como o GRANDE causador de todos os males.
No livro temos ainda um capítulo dedicado à dismorfofobia e em como a publicidade, o photoshop e as redes sociais nos levam a ter os ideais de beleza completamente errados e irreais. Muitas vezes, só com psicoterapia se alcança uma cura.
A dra não é contra o botox, quando usado moderadamente, e é super a favor do amor, sendo que este e a prática do mesmo são o antídoto perfeito para o envelhecimento!
Na entrevista no Observador, fiquei com uma impressão talvez severa demais para a realidade do livro. A dra Yael não é contra produtos de beleza nem o seu uso. Apenas acha que os usamos em demasia, e que após retirar a maquilhagem com o desmaquilhante, não é necessário ainda lavar o rosto com uma loção. A dra diz que secamos demasiado a pele para depois a hidratarmos. No fundo, causamos problemas com as próprias mãos e, como tudo na vida (menos na conta bancária) less is more.
Para finalizar, a dra refere que o melhor para hidratar a pele do corpo são os cremes gordos. Não é adepta de óleos, diz que são bons para remover maquilhagem mas nunca como um cuidado facial ou cuidado de corpo. O protector solar é um aliado, assim como a água e o exercício físico. Não há milagres, e a idade traz rugas e faz-se notar, mas são inúmeros os cuidados que podemos (e devemos) ter para atrasar os seus efeitos. A pele é o maior orgão do corpo humano, é o nosso escudo diário, é ela que nos protege de dia e de noite de todos os perigos. Há que a amar e tratar dela como ela merece.
E, antes de concluir, repito palavras do livro: “A água é o melhor e mais barato cosmético do mundo”. O fascinante mundo da pele é um livro completo e recheado de informações úteis e imprescindíveis para termos e mantermos uma pele saudável, resistente e bonita.