Muitas são as mudanças que fazemos no nosso roupeiro com a chegada do Outono. Guardar os biquínis, dar uso, novamente, a casacos e malhas, brincar com camadas de roupa e misturar um pouco de tudo. Eu sempre pensei que estes dramas logísticos estavam associados à falta de espaço. Ter de mudar a roupa de uma Estação para a outra, ver o que já não usava, o que nunca usei, etc. Mas não, já adulta, com a minha casa e um walk in closet, o drama é o mesmo. Quanto maior o espaço, mais roupa vamos adquirindo e torna-se um ciclo interminável de tecido, pêlo e carteiras. Eu detesto “tralha” e quando associo essa palavra a um guarda-roupa, algo está muito mal. Como tal, estou sempre a fazer limpezas e a dividir roupa para vender e dar. Como acredito no karma, dou muita roupa, e como gosto de comprar mais, vendo a que não uso e com esse dinheiro investo noutras peças. E eu sei que a palavra investir parece super rebuscada neste contexto, mas é mesmo um investimento quando começamos a comprar uma peça que custaria 3 vezes menos se fosse de outra marca. Sabemos, talvez, que essa peça é mais cara porque foi feita em condições dignas de ambiente laboral, uma etiqueta a dizer made in ‘Inserir país Europeu’ remete-nos para uma safety zone de consumidora com ética e valores. Mesmo sabendo que tal poderá não ser de todo verdade.

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O que fazer? Como organizar o caos? Pôr de parte a roupa que sabemos que não usamos mesmo. Podemos vender, e devemos vender alguma, mas doar é do melhor que há, dar a amigos, vizinhos, vizinhos de vizinhos, toda uma corrente de boa energia porque quanto mais damos mais recebemos em troca.
Outra questão importante é a organização. Como vamos arrumar o nosso roupeiro? Por cores, por categorias? Tendo muita, tenho de optar por categorias. Calças, saias, vestidos, casacos de cabedal, casacos faux fur…. Assim, na hora de escolher o que vestir é muito mais prático e eficaz. Parece que tudo flui melhor e a inspiração vem com mais naturalidade e sem stress.
Não sei se neste ponto já perceberam como me faz confusão a confusão. Estão a ver aquelas pessoas que guardam tudo? Eu sou o oposto. Não digo que tenho costela japonesa, mas com toda a certeza nunca irei ser acumuladora e estrela de um programa na TLC.

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Outro passo importante é o que fazer depois de um closet organizado. Eu aconselho investir em básicos. Roupa de cores sólidas e que possam ser usadas em mais de 7 looks diferentes. Li, já faz tempo, numa revista, em casa de uma amiga em Londres, que nunca devemos comprar peças que não consigamos usar de 7 maneiras diferentes. E isto tem muito de verdade. A versatilidade é uma mais valia na hora de adquirir peças novas e as peças super trendy e que nos vão remeter a um ano específico são de evitar comprar em excesso. Este ano, por exemplo, vou evitar comprar roupa com patches definitivos pois sei que em 2017 isso já me vai parecer so last year!
Compras conscientes, inteligentes e verdadeiras. Não vale a pena, mesmo, forçar e comprar algo só porque está na moda. Se não tem a ver connosco, se não traduz na estética o que somos por dentro, não vale mesmo a pena. Ninguém é igual a nós, ninguém veste a mesma peça com o mesmo carisma, roupa é só roupa em exemplos extremos de realidades que nos parecem (mas não são) longínquas. No dia a dia, a roupa é a nossa segunda pele e, muitas vezes, o nosso escudo.

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