Hoje é um dia muito importante para mim, e ninguém vai adivinhar porquê! Mas eu vou contar-vos, obviamente, porque este é um espaço de conforto e partilha e o melhor para me poder expressar em verdade e livremente.
Hoje começaram as obras na piscina!! É oficial, vamos ter uma nova para o verão de 2025. Eu sei que é outono, e o outono é a minha estação preferida, mas também me sabem lagarta sedenta de sol e sempre pronta a dar um mergulho, a ficar a cozer as pernas três horas (com a cabeça sempre à sombra) enquanto olho para a água.
Este é um detalhe muito importante; o estar rodeada de água. Não aguento mais de 20 minutos ao sol se não tiver água à minha volta. E é aqui que tudo se desmorona: eu prefiro piscina a praia!! O quêee? (ainda ouço o vosso eco) É verdade, adoro piscina, o conceito de piscina, a sua simplicidade e a certeza de a saber lá, sempre igual e pronta a lavar-me o corpo e a alma.
Temos esta piscina desde 1997 e a sua inauguração foi uma epopeia. Fizemos piscina o dia todo, fizemos piscina depois do jantar. Nos anos 90, ainda havia aquelas noites de verão que pareciam de um conto das arábias. É incrível como um espaço se pode tornar num marco de memórias, uma banheira de batismo e um cemitério de lágrimas.
É quase poético pensar que foi graças à existência desta piscina que eu hoje moro nesta aldeia. Embora ela não se encontre na minha casa, está a 20 passos, na quinta dos meus avós. E, graças a ela, fui trazendo ao longo dos anos amigas e companheiras de vida para passarmos verões inesquecíveis aqui. Foi mesmo devido à existência de um piscina, que me abri aos prazeres do dolce far niente. Depois dos mergulhos e dos banhos de sol tudo era mágico: o regar a horta, o alimentar os animais, o passear pela aldeia e tirar fotos. Planear o que comíamos, quem cozinhava… quantos filmes iríamos ver nessa noite.
Por isso, sim. A piscina merece uma publicação só para ela. “Estás velhinha, mas vamos tratar de ti.” Mal posso aguardar pelo teu azul cheio de promessa e paz. É tão bom cuidarmos das nossas coisas, das coisas que realmente importam para nós. Sejam elas o que forem. Para mim, é este pedaço de céu, simples, sem grandes aparatos, ou sequer digno de uma sessão de fotos para uma revista cor de rosa.
É importante ter algo assim, onde a minha mente pode voar e encontrar sossego. É quase uma certeza de que tudo vai acabar bem. Hoje chove e amanhã troveja?! Não faz mal, esta história tem um final feliz. E a sua evidência rompe tudo o resto. Um brinde aos sonhos e às pequenas grandes coisas. Um brinde à vida ao sol!
(créditos de foto de capa: Oliver Hadlee Pearch)