Normalmente, quando chego a meados de setembro, o meu chip muda e, automaticamente, anseio pelo outono e as suas infinitas oportunidades a nível de moda e estilo de vida. Começo a imaginar passeios pelo bosque, pisar as folhas caídas, os tons laranja do céu e um leve blazer suavemente incluído em cada outfit. Começo a querer este romantizar de uma estação que se inicia com uma manhã mais fresca e que, num piscar de olhos, nos traz o Halloween, as botas pelo joelho e um bom chocolate quente enquanto se vê uma série já com uma manta nos pés.

Neste ano, contudo, não sei se me sinto já preparada para deixar o verão. Apesar do outono ser a minha estação preferida, sinto que ainda precisava de mais uns dias de puro verão; havaiana no pé e rabo de cavalo. Ter chegado de Itália e aterrado num Portugal chuvoso e cinzento não ajudou à equação. Mas, ironicamente, senti que eu estava como o tempo. A chuva fez sentido e o céu cinzento também. Fui-me muito abaixo na viagem de retorno e passei uns dias com uma fraqueza física e emocional enormes.

Talvez seja isto, esta fraqueza. Associo o outono a produtividade e criatividade e, como tal, quero pôr o calendário no pause, recuperar e, aí sim,  entrar em grande na verdadeira rentrée. Dou sempre o melhor de mim no outono, digo e repito, eu sou mais eu no outono.

Com o final do verão vem também a nova coleção outono/inverno. A minha verdadeira perdição. Não há coleção que supere esta, que grita mudança. Já comprei malhas e casacos. Já comprei mais do que devia, mas que tanto precisava. E precisava mesmo; a alma precisava! Desde finais de janeiro que não comprava nada de inverno. Tive a missão de criar um guarda-roupa de verão equivalente ao de inverno e consegui alcançar esse objectivo! Porém, isto significou sete meses puros de ausência de compras (para mim) de sonho, sete meses dedicados a comprar roupa só de calor. Esta disciplina acabou! Deixei um rim na & Other Stories e fiz as pazes com o meu coração. Podemos, sim, entrar no outono; mais 5 dias de sol e ronha e eu estou pronta. “O hábito faz o monge” e o monge, com o seu hábito em dia, é muito mais engenhoso.

Vou fechar os olhos, aproveitar os últimos raios de sol e mergulhos na piscina e, depois, arrumar os biquínis, abrir a agenda e entrar outono adentro, sem quaisquer limites.

 

top, saia-calção e blazer  & Other Stories // sapatos Swedish Hasbeens

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