Ponderei imenso antes de decidir, finalmente, adquirir outro Chow Chow. O que me impedia é a existência da Eva e o que um novo cachorro poderia trazer à nossa dinâmica. Em boa verdade, eu já a “perdi” há 2 anos. Já não vê, não ouve, mal anda e só quer dormir. Como é um bichinho mau (estou a usar um eufemismo, mesmo), ninguém lhe consegue, literalmente, tocar. Se fosse possível, teríamos pegado nela ao colo e moraria comigo. Não sendo possível, a Eva está na casa ao lado, a casa do meu pai, a viver a sua reforma em paz, acompanhada de uma das pessoas preferidas dela. Óbvio que a vou vendo, muitas vezes quer interação, mas na maioria só quer dormir e quase não reage à minha presença.

Isto é duro. Maldita velhice. A Eva atravessou a minha vida adulta toda comigo. Tenho-a desde os 24 anos, esteve comigo nos meus primeiros trabalhos (e choros de quando chegava dos mesmos), esteve lá a dar-me colo sempre que algum safado me fazia a vida num oito e me partia o coração. Ou seja, a Eva foi (e sempre será) a minha companheira de guerra em vida e em memória.

Este texto é sobre a Bailey, mas tinha de introduzir a Evinha, a minha filha anterior.

Como vos falar da Bailey? Olhei para ela e o meu mundo parou. Quando o criador me enviou as fotografias das crias, havia, tal como eu queria, “mais uma Eva”, mais uma Chow Chow bege. Mas não somos nós que escolhemos os animais, são eles que nos escolhem a nós. O focinho da Bailey fez-me ficar 1 mês a sonhar com ela, a contar os dias para a poder ir buscar e enfiar o meu nariz no focinho dela e sugar-lhe todo o cheirinho a puppy que tanto adoro.

Pretinha, doce, muito meiga, brincalhona e inteligente, é esta a nova menina do meu coração. Já chorei baldes de cansaço e andei uma semana de esfregona na mão e a entretê-la durante noites em claro. Mas hoje já dorme a noite toda, e já só faz os xixis e número dois no tapete de educação.

A Bailey veio preencher ainda mais a felicidade que é viver no campo. Vai ser a minha companheira de youtube, caminhadas e sestas. Vai ser e já é um dos amores da minha vida.

Estou neste momento em Genebra, a fazer escala para as férias na Sardenha e a escrever-vos este desabafo de saudades incomensuráveis da minha pequenina!!!

Não me imagino a viver sem animais, não me imagino sem a Bailey, as cabrinhas, os Serra da Estrela do meu pai… Tenho uma vida muito preenchida emocionalmente. Mas sempre que me sinto a fraquejar e, por algum motivo, o conforto humano não é a resposta, olhar um animal nos olhos e desabafar com o mesmo tem algo de muito catártico.

Bailey, bem sei que tenho eu mais saudades tuas do que tu minhas. Estás com a avó, na tua casinha e rodeada de amor. A mãe volta em breve. A mãe volta mais bronzeada, com sotaque italiano e energias recarregadas. Todo este texto é amor. Por ti, pela vida!! Tão bom ter-te minha.

( Calções Sézane )

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