Dou comigo a olhar para o meu roupeiro e a aperceber-me de que 90% dele é roupa de inverno. Casacos, botas, lãs… o meu guarda-roupa, visto de fora, por uns olhos que não os meus, diria em letras garrafais “moro no norte da Europa”. Estocolmo, Copenhaga, algures onde se é cool e faz frio.
O que é que não é cool? A minha amostra de roupa para a estação estival. Não consigo explicar-vos bem porquê, mas vou tentar. Tenho muitas t-shirts estilo band tees, vintage, etc. Tenho alguns calções de ganga vintage da Levis e algumas sandálias giras. Fora isso, tenho uma cesta linda da Loewe e pronto. O resto é algo que não consigo descrever. Vestidos assim-assim, nada que me leve ao chão de paixão e histeria (como acontece com 70% dos meus casacos). Blusas assim-assim, algumas saias, mas nada que tenha um estilo próprio, algo que me defina. Acho que no verão o meu free style é tão free que é quase anarquista. Tanto me dá para comprar um vestido com mangas de balão, usar o mesmo 1 vez e pensar “esta não sou eu”, ou, como diria a Marie Kondo, “it doesn´t spark joy”. E depois vendo e volto a comprar outro vestido, este agora sim! Tem padrão, é super 70’s e tudo e tudo. Não o uso. Pelo meio do verão, vendo-o e compro mais uma t-shirt. No verão, não tenho um estilo. No inverno sei quem sou, do que gosto e do que mais gosto; construir looks com imensas camadas. Gorros, cachecóis, mil casacos, tragam-me tudo porque o inverno, ironicamente, é a minha praia.
Com isto concluo que só me sei vestir do outono à primavera. Chega o verão e fico meia perdida sem ter algo que me defina. Vou até mais longe e digo-vos: nada do que eu visto grita “esta sou eu”.
O que fazer, então? Como começar a construir um guarda-roupa para o sol?
Acho que a resposta está em pensar o que me prende tanto à roupa de inverno. Tenho de admitir, talvez os materiais. Por isso, ‘bora continuar a escavar. Também gosto da mistura de coisas. Isto quer dizer que posso aventurar-me em jardineiras, bandanas, joalharia e chapéus, no sentido de trazer mais carácter aos looks.
Vou começar esta demanda com a compra de uma saia básica de ganga, com lavagem clara, para coordenar com as várias t-shirts. Depois, um bom blazer de material fresco e que grite “sou da estação do calor”. De seguida vou investir em bonés, lenços, cestas e fios. Por último, vou procurar peças e coordenados com identidade muito própria, seja um coordenado top + saia no mesmo padrão, ou umas culottes com o top, também ele no mesmo padrão. Vou investir numas novas botas de cowboy porque sei que me dão sempre super poderes e, depois, o vintage! Procurar tesouros de outras épocas que sejam únicos, maravilhosos, intemporais.
Este post terá uma parte II, onde partilharei as compras que fui fazendo para o meu Summer Closet. E vou começar já; hoje começo a comprar só peças primavera/verão. Excepto se vir algo de facto super diferente e que faça sentido adquirir. Fora isso, tenho uma missão e vou focar-me nela. Encontrar o meu estilo para a estação seca e árida. Vou mergulhar em revistas antigas, filmes e ícones do cinema. Vou conseguir ter peças dignas de irem para o meu top 20. Não tenho nenhuma peça de verão digna de top algum! Talvez nem top 50. E não estou a exagerar. Esta menina que adora o calor, aparentemente só consegue encontrar-se quando um casaco entra na equação.
É uma jornada trivial e zero exigente, e é tudo o que se quer, porque de assuntos sérios está a vida repleta e como eu gosto de brincar às bonecas na vida real!! Vamos lá, vamos brincar!!! Neste verão eu vou dar tudo.

Dito isto, deixo-vos com um OOTD com a última peça de inverno que comprei, um cachecol lindo da Bimba y Lola.

Cachecol Bimba y Lola/ Camisola & Other Stories/ Calças H&M/Ténis Veja