Se acham que desisti do blogue, desistam desse pensamento. Se acham que me cansei do blogue, descansem. Apenas não consigo, não sei e não gosto de escrever sem a minha rotina.
A casa já é a minha, mas as obras ainda não acabaram. Entre viver num lar sem cozinha e sem muitas portas e portadas, encontro-me ansiosa, depressiva e, até, descontente. Que ingrata que és! Que ingrata que sou. Quem me fez assim; impaciente, atormentada e triste? Quem, no seu esquisso, me cedeu tão pouco equilíbrio? É tão vasta a minha agitação e pequena a minha paz.
Mas vá, não vim aqui para me queixar. Desculpem-me o desabafo. Vim aqui porque tive saudades, imensas e gigantes. Saudades dos tempos em que todos os cantos eram os meus cantos e as paredes começavam e acabavam sem nada por as concluir.
Será que com a idade ficamos menos pacientes? Será que a idade nos traz paciência e entendimento? Não consigo decidir. Fecho os olhos e espero a resposta óbvia mas ela não vem. Para a merda com as dúvidas existenciais, Joana. Foca-te no que já é, no que já existe e é palpável. Ergue-te e luta. Para a merda tu e as tuas queixas e perguntas.
Como gostava eu que este fosse já um post com a nova casa, a mostrar-vos a decoração. Orgulhosa e comovida. Não é o caso. Vozes dentro de mim gritam. Está na hora de as ouvir. Estas vozes são boas. Elas dizem-me para ver o lado positivo, inquietam-me para o sossego de que tudo ficará bem. Estou a ouvi-las; tudo vai ficar bem. Não tarda tenho uma ilha para preparar tostas com Philadelphia e iogurtes com granola. Não tarda, tenho flores na pia. Corto-lhe as folhas, aparo as pontas e desperto-as numa jarra antiga viradas para o sol. Se contar os dias demorará mais?

Esperem por mim, demoro-me mas chegarei. Inteira e feliz. Acho que acredito nisso.

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