No post de hoje vamos falar de edição de imagem e exposição excessiva. A questão principal é; Até que ponto, a edição em photoshop/facetune, seja que programa ou app for, traduz a realidade? Quando é que a edição passa a ficção? Quando é que devemos parar de editar certa e determinada imagem.
Se for falar por experiência própria, eu uso o photoshop. Em fotos minhas, faço muito pouco, limpo às vezes sombras estranhas na cara, borbulhas ou algo que eu sinta que não vejo ao espelho mas que a foto apanhou. Nunca achei isto mau, sou perfeccionista e a curadoria de imagem faz parte da minha profissão e personalidade. Contudo, é mesmo por aqui que fico, e não mexo no meu corpo ou pele. Seremos mesmo nós numa imagem em que fizemos blur para ocultar a celulite, em que se estica um bocadinho aqui e encolhe um bocadinho ali? Óbvio que não. Quando é que a edição se torna um caso de catfish, quando é que já estamos a alimentar uma pessoa paralela à nossa, uma internet persona e deixamos de ser nós e o nosso corpo?
Cada vez mais se apela à aceitação corporal, mas parece-me tudo mais fachada que outra coisa qualquer. Ninguém quer ter defeitos e bater palmas porque os tem, ninguém gosta de exibir as suas imperfeições ao ponto de viver para as expôr. Uma coisa é a aceitação, que é real e maravilhosa, outra, é a exposição excessiva quase como que um ataque para uma realidade claramente oposta. Sempre acreditei que onde há excesso, há carência, e se a exposição for excessiva é porque, de facto, essa aceitação não é assim tão autêntica (ou verdadeira) mas sim, um escudo.
Os padrões de beleza standard dos dias de hoje são tão impossíveis como irreais. Ninguém de etnia caucasiana pode ter rabos e lábios Kardashian inspired, apenas não é real. Só o é através de apps, programas de edição ou cirurgia estética.
E aqui entra outro ponto. Sou super a favor de cirurgia estética. Tirar barriga, pôr mamas, tudo o que está ao nosso alcance de forma saudável e real. Mas o verdadeiro problema é quando não estamos a resolver um assunto/trauma e estamos só a recorrer à estética para nos tornarmos bonecos inautênticos.
Outra questão, e também pertinente, é: Quando é que a exposição feminina se torna soft porn em vez de woman power. Quando é que se passa a linha da decência e do bom costume e se atravessa, muitas vezes inofensivamente, para o lado mais vulgar e de uma exposição corporal excessiva?

Questões básicas da nossa vida afortunada.

 

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