No post de hoje achei interessante aproveitar os 10 anos de blog para reflectir sobre como de facto evolui (ou não, a ver vamos) em 10 anos a consumir roupa. Que hábitos tinha eu há 10 anos atrás que se mantêm, e que hábitos desapareceram.

Vamos começar pelo primeiro e o mais óbvio neste outfit de hoje e,  de seguida,  alinhar os 5 hábitos que se mantêm em 10 anos e os 5 que foram quebrados.

O que fazia nos 20 e que ainda faço nos 30:

1- Usar loungewear e camisas de dormir na rua. Na minha adolescência e, mesmo nos meus 20, usava imensas camisas de dormir como vestidos. Este, é um bom exemplo de como ainda mantenho esta tradição. Este vestido de veludo, é uma camisa de dormir da Zara Home Winter Collection deste Natal. Acho-o perfeito para evening dress e, ainda mais perfeito, quando desconstruído da sua oponência e usado no dia a dia.

2- Comprar vintage. Este é talvez o hábito mais consistente que me assiste. Comprava e continuo a comprar imenso vintage. Sinto que qualquer revivalismo na moda não faz tanto sentido na sua versão fast fashion como na sua versão vintage e original.

3- Lojas de high street preferidas. Continuam a ser a Topshop, a Urban Outfitters e, agora, a & Other Stories. Nada mudou.

4 – O uso de muita cor e de mistura de estilos consoante o meu mood e disposição.

5 – Apostar em bons casacos e agasalhos. Nesta categoria, sempre apostei em qualidade acima da quantidade.

O que fazia nos 20 e que já não faço nos 30:

1- Nos 20, quando gostava muito (muito!) de uma peça, comprava 2 caso a primeira se estragasse. Isto aplicava-se essencialmente a calçado. Lembro-me de comprar mais que um par de ténis, botas, oxford shoes… Porque caso ficassem muito usados, tinha um backup. Isto já não acontece. Lembro-me, até, de ter umas botas que de facto usei o segundo par mas guardei as primeiras para sair à noite e para concertos!!

2- Comprar 6 de cada. Se gostava de uma camisola ou de um vestido, ou de qualquer artigo que viesse em inúmeras opções de cor, eu compraria todas. Este hábito não desapareceu completamente, mas aplico-o somente em básicos/ malhas. Exemplo, esta camisola azul bebé de caxemira tenho-a em mais 3 cores diferentes: Lilás, navy e cinzento. A sua qualidade é tanta que, por uma questão até prática, decidi apostar no mesmo modelo.

3-  Quantidade vs qualidade. Antes preferia comprar 7 camisolas de lã médias em vez de apostar numa só. Com 150€ compro muitas vezes uma só camisola e antes, com este valor, teria malhas para toda uma season. Com a idade, deixei de querer consumir desenfreadamente e comprar peças que apenas acho giras. Só compro o que realmente gosto e adoro, tenho mesmo de adorar e não me importo de pagar 200€ por uma malha que sei que será a minha paixão Invernos consecutivos.

4- Carteiras. Nos 20 não investia em carteiras de qualidade, na verdade, eu tinha (naaaa boa!!) umas 100 carteiras de todas as cores, modelos e feitios. Hoje, já não consigo usar uma carteira qualquer que não sinta uma ligação emocional com a mesma. Pode ter custado 20€ num mercado de praia, mas tem de “falar” comigo e ter alma.
Pode até ser da Accessorize e ser super fun e diferente para uma ocasião X. Fora isto, para o dia a dia não dispenso uma carteira boa e intemporal com qualidade premium.

5- Este é aquele que mudou mesmo por completo. O derradeiro cair, para não mais se erguer. O “não usar muito uma peça com medo de esta se estragar”. Se tinha uns ténis preferidos, não os usava muito porque os queria manter o mais tempo possível no seu estado imaculado. Isto jamais acontece agora. Se gosto, amo, deliro com uma peça uso-a até à sua morte e sem pensar no amanhã. O amanhã é o agora e o agora é a vida e é em vida que temos de usufruir e gozar em pleno.

Vêem?! Há coisas boas que vêm com a idade. Isto e alguns cabelos brancos (que comigo ainda não aconteceu), ou rugas, mas também acho que não. Resumindo, crescer é bom, amadurecer é melhor.

Vestido de veludo Zara Home/ Malha de caxemira ECI/ Casaco H&M/ Botas Dr. Martens

Photographer Diana Serpins/ Edit Hella